O presente relatório refere-se aos levantamentos de GPR (Ground Penetrating Radar) realizados em algumas ruas e avenidas da cidade de Belo Horizonte – MG, com o intuito de identificar a presença de interferências – tubulações, dutos, cabos, etc.

Estes elementos subsidiaram um adequado planejamento de futuras obras de implantação de cabos de comunicação da Companhia Telefônica.

A realização destes serviços estava prevista contratualmente, de forma a complementar levantamentos cadastrais executados em uma etapa anterior, cujos resultados foram apresentados em documentos específicos, aumentando assim a precisão da localização e profundidade de eventuais interferências que possam afetar a execução das obras propriamente ditas, que neste caso em específico consistia na execução de perfurações horizontais dirigidas (HDD).

Estes levantamentos foram executados no mês de Maio de 2007, distribuídos segundo uma diretriz fornecida pela própria Telefônica, de acordo com o projeto de Canalização Subterrânea do Anel – BH.

Metodologia

Os levantamentos com o GPR (Ground Penetrating Radar) ou GEORADAR, como também é conhecido, resumem-se em arrastar lentamente uma antena (transmissor e receptor) ao longo das áreas de interesse.

A antena é ligada a uma unidade de controle, por um cabo coaxial, responsável por controlar todos os parâmetros de aquisição e armazenamentos dos dados.

Neste estudo, os dados foram adquiridos através de perfilagem contínua, com arranjo monoestático, ou seja, a mesma antena, de 200 ou 400 MHz, possui a finalidade de transmissora e receptora das ondas eletromagnéticas. A fim de minimizar o efeito da divergência esférica, caracterizado pela atenuação das ondas no meio propagado, aplica-se um ganho, durante a aquisição, a partir da análise da amplitude dos traços em função do tempo.

A posição geográfica dos perfis realizados foi referenciada a pontos notáveis, com base nas plantas de projeto fornecidas pela Telefônica / Radiante. Para tanto, durante a aquisição dos perfis, utilizou-se um distanciômetro (survey wlleel), acoplado a antena que automaticamente cria “marcas” a intervalos regulares previamente definidas, de tal forma que, sabendo-se a localização de início e fim de cada seção, é possível georeferenciar cada ponto levantado pelo GPR.

O sinal enviado pela antena, basicamente constitui-se de um impulso de duração muito pequena, da ordem de nanosegundos e o tempo de retorno deste sinal varia de acordo com a decisão do operador, em função dos objetivos e alcances do estudo.

A decisão da antena a ser utilizada varia em função das dimensões e das profundidades dos objetos refletores a serem estudados, bem como dos objetivos da investigação e dos parâmetros elétricos do terreno (condutividade elétrica e permeabilidade magnética).

Os dados obtidos durante o levantamento são então armazenados na unidade central, que posteriormente são transferidos para um computador a fim de serem processados e interpretados.

Resultados Obtidos

Desta forma pode-se concluir que o GPR se mostrou como uma ferramenta complementar, de alta resolução para o mapeamento destas interferências. Cabe salientar que além da precisão destes levantamentos, esta metodologia é conhecida como indireta ou não invasiva, ou seja, não há necessidade da abertura física de valas e/ou trincheiras, que podem impactar diretamente em prazos mais extensos e consequentemente danos aos prazos da obra.