O Município de Santa Luzia, com superfície de 234 km², encontra-se na região central do estado de Minas Gerais, integrando a RMBH, Região Metropolitana de Belo Horizonte, distando 27 km da capital e com população atual de cerca de 195.000 habitantes, dos quais aproximadamente 99% estão concentrados na área urbana.

O empreendimento consistiu da execução de uma nova cartografia urbana da Cidade de Santa Luzia, sendo o primeiro passo para implantação do Sistema de SIG pretendido pela Prefeitura.

Com a adoção de uma nova base cartográfica em meio digital e atualizada, associada a um sistema de informações geográficas, além de facilitar o acesso das informações por parte de todas as entidades da Prefeitura, tais como secretarias e autarquias, permitirá que a própria Prefeitura, faça a atualização da base no futuro.

Além da implantação do SIG, dentre os principais usos da cartografia destacamos os seguintes: atualização dos cadastros técnicos municipais, em especial o cadastro imobiliário com detecção de construções clandestinas e atualização da planta de valores genéricos e suporte para todos os tipos de projetos de engenharia, tais como projetos viários, drenagem urbana, saneamento, habitação, industriais, dentre outros.

Coleta de Dados

Para o planejamento e execução deste trabalho, a ESTEIO coletou várias informações, como cartas topográficas na escala de 1:50.000 (IBGE), monografias de vértices e RN’s da rede geodésica (FIBGE), monografias de vértices e RN’s existente na cidade, mapas de arruamento, divisão de bairros e outros.

Levantamento Aerofotogramétrico

Foram necessárias 16 faixas de voo na direção Leste/Oeste, para recobrir a área do Município e dos Distritos de Ribeirão da Mata, Barreiro do Amaral e Pinhões, na escala 1:8.000, totalizando 110 km².

Perfilamento LASER

O perfilamento a LASER permitiu obter dados altimétricos da área, de forma mais rápida e precisa.

Como resultado, foi gerada a nuvem de pontos caracterizando o MDS (Modelo Digital da Superfície). Esta nuvem foi submetida a filtros para depuração e geração do MDT (Modelo Digital do Terreno), ou seja, o conjunto de pontos que caracterizam o solo, sem os pontos de edificações, vegetação e outros.

O MDT foi utilizado como base para geração das curvas de nível e pontos cotados que compuseram a base cartográfica e também na geração das ortofotos.

Apoio Terrestre

O apoio básico foi composto pelos pontos do Sistema Geodésico Brasileiro. A densificação deste apoio foi materializada no terreno através de 20 marcos de concreto.

Para a determinação das coordenadas planialtimétrica foi adotada a metodologia de rastreamento de satélites do sistema GPS e nivelamento geométrico.

Restituição Planimétrica

A Restituição Planimétrica Digital com representação gráfica na escala 1:2.000 foi realizada na região urbana do Município, totalizando 53,67 km².

Para a restituição dos elementos cartográficos foi adotada uma Tabela de Níveis que apresenta as entidades a serem restituídas, as convenções cartográficas e os níveis de armazenamento das mesmas.

Edição

Nesta etapa foi realizada a montagem de um arquivo vetorial único, a partir da junção dos arquivos vetoriais individuais articulados, onde os layers foram tratados de forma a atender ao especificado na Tabela de Níveis.

Para a finalidade de integração dos elementos e futura utilização em SIG, as entidades foram tratadas considerando as propriedades topológicas referentes à cada tipo de elemento representado: ponto, linha ou área.

Ortofotocartas

A execução de ortofotos envolve basicamente três elementos: a fotografia aérea em meio digital, os pontos de orientação e o DTM.

Foram utilizados para a geração das Ortofotocartas Planimétricas Digitais, 200 fotos na escala 1:8.000, que deram origem a 133 ortofotocartas na escala 1:2.000.

A área de abrangência das Ortofotocartas digitais coincide com a área da cobertura aerofotogramétrica, 110 km².

Altura das Edificações

Uma das necessidades da Prefeitura de Santa Luzia era a determinação das alturas das edificações para futura utilização em SIG. Para atender a esta necessidade foi desenvolvida uma metodologia utilizando produtos combinados, originados da restituição aerofotogramétrica e dos dados LASER. As alturas resultantes da diferença entre o MDS e o MDT foram representadas no centróide de cada polígono de edificação.

Perfis

Para esclarecimento de algumas dúvidas foram gerados perfis, permitindo assim a análise da situação e comprovação dos resultados.

Os perfis dos pontos que compõem o MDS são gerados automaticamente por programas desenvolvidos para este fim, sendo necessário apenas a definição do alinhamento de interesse pelo do operador. Este alinhamento pode ser definido no eixo longitudinal ou transversal da edificação, em qualquer uma de suas faces ou em outro local que permita a visualização da área de interesse.

Produtos Cartográficos

Foram entregues plantas finais da base cartográfica vetorial, articuladas na escala 1:2.000, com curvas de nível equidistantes de 1m, geradas a partir do perfilamento a LASER, totalizando 54 km² , ortofotocartas impressas em glossy paper, plastificadas, totalizando 110 km² e um mosaico na escala 1:20.000.

Juntamente com a emissão das plotagens finais foram gravados os respectivos arquivos digitais, nos formatos definidos.